Resenha #163 - Encontrando-me

Nome do Livro: Encontrando-me
Autora: Cora Carmack
Editora: Novo Conceito
Páginas: 290
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Classificação: ☆☆☆☆☆

"Em todas as cidades onde estive até então conhecera alguns amigos temporários. Alguns eram nativos. Outros eram viajantes também. Mas nunca tive dificuldade de deixá-los para trás. Eu seguia para uma cidade diferente e não voltava a pensar neles.
Mas esperava que com Hunt fosse diferente. Queria que ele permanecesse.
E, ao mesmo tempo, ficava apavorada com o que isso significava e com o que aconteceria comigo se ele não ficasse."

Encontrando-me é o segundo livro que leio de Cora Carmack e ele não me decepcionou em nada, em nenhum ponto mesmo! Por já conhecer a escrita da autora, achava que já sabia o que esperar do desenvolvimento da leitura, mas eu estava enganada (again!)


No início da leitura, somos apresentados à Kelsey (como eu amo esse nome!), uma jovem que está viajando pelo mundo sem nenhuma preocupação, cronograma ou pressa de voltar para casa. Ao terminar a faculdade, ela começara a sentir como se algo faltasse dentro dela, então resolveu partir em uma longa viagem sem prazo para voltar, onde poderia colecionar lembranças inesquecíveis para quando fosse mais velha.

Ela nos é apresentada como alguém despreocupada e que pensa apenas em curtir a vida, passar de bar em bar, conhecer novas pessoas e rapazes e viajar, acima de tudo, viajar. Mas no decorrer da leitura, descobrimos que na realidade, nada é como parece ser. Kelsey carrega dentro de si um peso muito maior do que o da mochila que está sempre em suas costas. Quando era criança, algo acontecera à ela, que acabara contando aos pais, e que para proteger a imagem da "família perfeita", não tomaram nenhuma atitude, tornando sem valor o que havia acontecido à garota.

Mas isso acabara a transformando em uma pessoa que usava uma máscara em todos os momentos, e que nunca permitia que ninguém a conhecesse realmente com seus medos e fantasmas. Até uma noite.

Ao sair para se divertir com seus novos amigos temporários que havia arrumado em Budapeste, Kelsey conhece um homem intrigante e com um "quê" de mistério que a deixa fascinada na mesma hora. Seu nome é Hunt, mas diferentemente da grande maioria dos homens que ao vê-la se jogam aos seus pés, Hunt a ignora e a evita o máximo possível, mesmo continuando sempre por perto.

A atração entre os dois é inegável, mas há algo que impede Hunt de finalmente fazer algo à respeito disso e se entregar à paixão que sente. Os segredos que os dois escondem podem arruinar de vez o relacionamento já frágil que estão tentando começar a construir. Existem barreiras que se forem ultrapassadas, podem começar a revelar muitas das coisas que deveriam ficar escondidas, e junto com elas, uma avalanche de sentimentos.

" - O melhor da vida é aquilo que não podemos planejar. E é muito mais difícil encontrar felicidade quando se procura num só lugar. Às vezes, você simplesmente tem de se livrar do mapa. Admitir que você não sabe para onde está indo e deixar de se pressionar para descobrir. Além disso... um mapa é uma vida que outra pessoa já viveu. É mais divertido criar seu próprio mapa."

Ultimamente com a correria do meu dia-a-dia, minhas leituras se tornaram um pouco (muito mais) lentas, mas com Encontrando-me não teve jeito, tive que lê-lo em um recorde de tempo. Há algum tempo não lia uma história que me envolvia da mesma maneira que este livro fez.

A narrativa de Cora Carmack é fascinante, intrigante e te faz querer mais e mais a cada página, e quando chega ao final, você olha pro céu e pergunta "mas como assim acabou? Eu quero mais. Eu preciso de mais!". Os personagens são muito bem construídos, e me surpreendi com a quantidade de detalhes que até personagens secundários receberam.

Pela narrativa ser leve, você lê capítulo atrás de capítulo sem precisar daquela pausa para descansar da leitura cansativa ou entediante. É fascinante, e sem dúvidas, nos dá uma enorme vontade de conhecer os lugares descritos pela autora. Amei! Livro recomendadíssimo! 

"Queria voltar ao tempo dos balanços e escorregadores e da simplicidade. Voltar ao tempo em que uma borboleta me alegrava e várias poças d'água faziam o dia valer a pena. Voltar ao tempo em que a felicidade não era apenas algo que eu buscava... apenas era."